quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O Pastoril

O Auto Natalino PASTORIL é a teatralização da viagem empreitada pelas pastoras (ou pastorinhas) que se dirigem a Belém para prestar louvores ao Menino Jesus, recém-nascido. Transmitem a alegria popular pelo seu nascimento entre os pobres e, na caminhada, confraternizam com a beleza da natureza e dos seres humanos com quem se encontram no caminho para a Manjedoura. Vincula-se à tradição medieval do teatro religioso semi-popular, uma vez que as comemorações de datas significativas ao catolicismo (Natal, Páscoa, Pentecostes e outras) transcendiam os espaços estritamente eclesiásticos, assumindo também o caráter de grandes festas populares.


Fotos: D. Martins


Em sua estrutura tradicional o Pastoril se compõe de dois cordões de pastoras em suas cores-padrão: o Azul, liderado pela Contra-Mestra, e o Encarnado, pela Mestra. Há uma certa rivalidade entre eles, uma vez que disputam a preferência dos espectadores, denominados partidários. Entre os cordões, atua a Diana, que se veste de ambas as cores, pois simboliza o equilíbrio entre as diferenças. As outras figuram complementam e pontuam o enredo.
Subdivide-se o auto em várias jornadas, cantadas e dançadas pelas pelas personagens, e cada uma delas é marcada por um ritmo diferente (marchinha, ciranda, maxixe, valsinha).
Pertencendo à tradição folclórica brasileira originária da Península Ibérica, o Pastoril constitui-se num importante auto do Ciclo Natalino, época em que é apresentado (de meados de dezembro ao Dia de Reis) e, até metade do século XX, era encenado em todo o Brasil.
Atualmente, é mais comum no nordeste brasileiro.

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